
A tecnologia é uma importante aliada para o desenvolvimento de ações e de estratégias em Segurança Pública. Seja por meio da análise de dados, do monitoramento de espaços públicos ou da criação de novos equipamentos não-letais, a união dessas duas áreas traz importantes avanços na pauta de segurança.
Uma estratégia que vem sendo adotada no Brasil, desde 2016, e em outros países, é a utilização de câmeras acopladas aos uniformes de agentes de segurança. Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em julho de 2022 apontou que mais de 90% da população aprova o uso de câmeras nos uniformes dos policiais militares.
Além da aprovação popular, pesquisas científicas também comprovam a importância desses equipamentos para a efetivação e avanço da segurança pública. De acordo com a Human Rights Watch, nos Estados Unidos, no período de um ano, nos turnos de trabalho em que os policiais usavam as câmeras o uso da violência caiu pela metade.
No Brasil, um estudo desenvolvido no estado de Santa Catarina apontou que a queda no uso de força pelos agentes de segurança – força física, armas letais e não letais, algemas e realização de prisões em ocorrências – foi de até 61,2%. A mesma pesquisa ressalta que a frequência de registro e violência doméstica aumentou em 67,5% durante o experimento, sugerindo que muitas vezes – quando os policiais não utilizavam câmeras – essa ocorrência deixava de ser reportada ou era registrada sob outras classificações.
Os dados apontam para a importância da adoção desse equipamento como uma política de prevenção de abusos e redução de riscos de violência contra a sociedade ou o agente de segurança. Há estudos que ressaltam que, ao identificarem que estão sendo filmados, suspeitos abordados por profissionais de segurança tendem a apresentar menor resistência no momento da detenção ou inspeção.
Dessa forma, as câmeras corporais podem evitar mortes de civis e agentes, bem como agressões e ou exposições inverídicas e distorcidas na internet. Os vídeos e os áudios gravados por esses equipamentos podem ser utilizados como materiais para investigadores e promotores na determinação se o uso da força foi desnecessário ou excessivo. No caso de incidentes justificáveis, esse material também é importante para proteger os agentes de segurança de falsas acusações.